Provedor do Telespectador da RTP, Paquete de Oliveira, resolveu dar voz às muitas mensagens que os portugueses fazem chegar ao gabinete e que versam o humor que a dupla Quim e Zé apresentam em horário nobre da RTP.
O programa "Telerural" volta a estar no centro das atenções, por causa das críticas ao tipo de humor protagonizado por Quim Roscas e Zé Estacionâncio, interpretados, respectivamente, pelos actores João Paulo Rodrigues e Pedro Alves. Amanhã, antes do "Jornal da Noite", na RTP1, o programa "A voz do cidadão" vai "reflectir, mais uma vez, sobre os possíveis limites do género humorístico e em que medida o 'Telerural' excede esses limites".
Paquete de Oliveira diz que vai voltar ao tema por causa das muitas queixas recebidas. Há muitos "protestos de telespectadores que se escandalizam até com o facto de o provedor ' se calar' e não aludir às reclamações recebidas", explica ao JN. Só nos últimos tempos, recebeu cerca de 117 mensagens, o que justifica, a seu ver, um programa especial sobre o "Telerural". As queixas incidem sobretudo na linguagem utilizada, vista como "boçal" e "ofensiva".
O programa que amanhã será exibido já foi gravado há duas semanas. Nele foram ouvidos, além de telespectadores, o crítico Eduardo Cintra Torres e o autor dos textos do "Telerural", Frederico Pombares. Esta foi a segunda vez que o guionista esteve presente no "A voz do cidadão", mas "as perguntas são iguais", diz o guionista.
"Da outra vez falou-se do humor nacional e as questões levantadas foram as mesmas, por isso não entendo o porquê de um especial sobre o 'Telerural'", reconhece Frederico, acrescentado: "Percebo que não se possa agradar a todas as pessoas, mas o que mais me preocupa são as cartas que o provedor recebe a acusá-lo de nada fazer. Esse tipo de mentalidade é que me assusta, pois parece que falamos de uma pessoa que entrou em coma em 74 e acordou a meio de um 'Telerural'. Cada programa que os canais exibem agrada a um nicho, por isso é de louvar o eclectismo que o José Fragoso (director de Programas) tem aplicado na RTP". Para Frederico Pombares, "serviço público não é privar um milhão de pessoas de um produto, apenas porque um não gosta".
Opinião diferente tem Rui Cádima. Para o especialista em Televisão, "o 'Telerural' não é um programa de serviço público, pois roça o mau gosto e é um bocado boçal". Perante tais críticas, "não é aceitável que se façam programas assim pagos pelos contribuintes", conclui.
Tânia
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